Médicos rompem com diretor do Regional e serviço começa a ficar em nível crítico
Caos no Hospital Geral Luiz Viana Filho, em Ilhéus. Uma parte significativa do quadro médico da instituição ameaça pedir demissão e o atendimento - que já não era bom - começa a ganhar contornos de "desespero" para quem precisa de atendimento.
Tudo começou quando a direção do hospital passou a exigir que todos os médicos escalados para o plantão - cerca de sete por turno - permanecessem no hospital.
Há muitos anos há um acordo "branco" entre os colegas que permite que nem todos os plantonistas fiquem na unidade. Alguns vão para "casa" e aguardam a chamada em caso de emergência. A nova direção resolveu acabar com isso. Os médicos não gostaram. E reagiram. Nesta "guerra" estabelecida, óbvio que a linha, mais uma vez, terminou quebrando para o lado mais fraco: a população, que sofre a espera de atendimento.
Nesta segunda-feia não havia nenhum pediatra atendendo a população. A justificativa divulgada pelo Hospital Geral era de que o profissional estava de férias. Pessoas com sintomas da dengue também estão retornando da recepção do hospital. Não há médicos para atendê-los. Além dos pediatras, clinicos gerais, ortopedistas e cirurgiões também resistem à medida anunciada pelo novo diretor.
Ontem, um médico umbilicalmente ligado ao senador Oto Alencar, assegurou que já "pediu a cabeça" do diretor Cláudio Moura Costa, um profissional considerado trabalhador mas sofre com dois problemas: não tem respaldo político-partidário, já que foi indicado na cota pessoal do secretário Fábio Vilas Boas; e tem pouco jogo de cintura com os colegas, que o acham "arrogante".
"O que o novo diretor quer é que seja cumprido o que foi estabelecido no contrato de trabalho. Não tem por que médico de plantão ficar aguardando ser chamado em casa", revelou uma fonte, que o defende. Até agora, Cláudio preferiu o silêncio e alega que este problema interno terá que ser resolvido "internamente".
Aliás, esse "acordo branco" não é de hoje. Nem tampouco a tentativa de derrubá-lo. Quem tentou, caiu primeiro. Cláudio Moura Costa assumiu o cargo de diretor geral alicerçado na proposta de "mudar comportamentos" na instituição. Esta é a primeira tentativa. Não se sabe se conseguirá. Nem se terá uma segunda chance.